Luís Assis: “Alqueva”

A opinião de Luís Assis, advogado

A construção da Barragem do Alqueva, um investimento do Estado da ordem dos mil milhões de euros, já teve um retorno de 2.300 milhões de euros e criou mais de 28 mil postos de trabalho, segundo um estudo da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).

Este é um exemplo de sucesso, em que o Estado investiu dinheiro gerador de receita pública, aumentou a produtividade na região, criou postos de trabalho e possibilitou novas abordagens da agricultura.

Foi, claramente, um investimento no interesse do Alentejo, que possibilitou o seu desenvolvimento económico, a atração de empresas, criando postos de trabalho, o que significou uma inversão no despovoamento do Alentejo.

Este é um claro exemplo de uma aposta no Alentejo e nas suas gentes, com ganhos regionais e nacionais, pois aumentou a sua contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional, tal como é a aposta feita pela Entidade do Turismo do Alentejo e Ribatejo.

A nova linha ferroviária Sines-Badajoz, creio, será outra aposta ganha para o Alentejo que promoverá o seu dinamismo e crescimento económico.

Estes investimentos públicos permitem estruturar o desenvolvimento de atividades privadas e são aqueles que devem ser seguidos e replicados, em vez de se andar a gastar dinheiro em obras megalómanas que só trarão mais despesa.

É por isso importante que sejam promovidos os investimentos sobre a gestão da água, de norte a sul do país, até porque o Algarve corre o risco sério de ficar sem uma fonte vital para a sua atividade e vida.

Pena que não tenham visto o aeroporto de Beja como um investimento no Alentejo, como um novo Alqueva, porque seria um investimento estruturante para a atividade produtiva do Alentejo e, consequentemente, para todo o País, evitando gastos disparatados em Alcochete, cujo dinheiro poderia ser aplicado noutros investimentos.

O exemplo do Alqueva e da Entidade do Turismo mostram e provam como o Alentejo tem potencialidades excecionais para se desenvolver, criar riqueza, postos de trabalho e atrair empresas, não tendo que estar fadado ao seu declínio em todos os aspetos.

Bom será que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, em vez de se quedar ao silêncio, reclame investimentos do Estado no Alentejo para promover o seu desenvolvimento económico, a criação de riqueza e aumentar a sua capacidade produtiva. Tem essa obrigação funcional, tem a obrigação de defender a região e de querer mais. Até agora não tem mostrado arrojo, pelo que, é bom que mude a sua atitude.

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