Jornalista e escritor, Fernando Fitas, de quem a Alentejo Ilustrado publicou recentemente um perfil, nasceu em Campo Maior, acompanhando os pais quando estes se mudaram para Lisboa. Tinha cinco anos. Deu a conhecer o seu primeiro livro de poesia em 1978, hoje tem vasta obra publicada. E premiada. Só em 2023 conquistou o Prémio Joaquim Pessoa, com “Um Corpo Sob o Pó”, e venceu o Prémio Literário Carlos Carranca com “A Clandestina Idade dos Pequenos Segredos”. Nota que o que escreve “não é inócuo, tem sempre uma mensagem, um conteúdo social e político, ainda que não partidário”.
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A esses prémios junta agora um outro, o Prémio Literário Hugo Santos, no valor de 1500 euros e a edição da obra, criado pelo Município de Campo Maior para “fomentar o gosto pela leitura e pela escrita, defender e valorizar a língua portuguesa e promover e incentivar a criação literária, mas é também, e sobretudo, uma homenagem ao homem e ao escritor que lhe dá nome”.
Mais do que um exercício de linguagem, “Perdurável Inventário de Efémeros” constitui um repositório de afectos e memórias, “um estendal de lonjuras que habitam o olhar – de maneira perene –, esculpidas pelo vazio, tecidas pela ausência daqueles que não voltam, mas que permanecem nessa espécie de casa a que convencionámos chamar o coração”.
Em abril deste ano, Fernando Fitas publicou “Levar às Mãos o Lume”, onde reúne um conjunto de poemas escritos há mais de sete anos e que, segundo o autor, “não cabiam em nenhum dos livros entretanto publicados, designadamente por se tratar de textos que visam denunciar arbitrariedades e injustiças que para além de nos ferirem a vista, nos ferem sobretudo a alma”.