O presidente do PSD, Luís Montenegro, destacou a aposta do Governo para “recolocar a agricultura como um setor estratégico” da economia portuguesa, de que é exemplo a diminuição do défice alimentar do país.
“A forma que eu encontro mais expressiva de poder demonstrar o resultado que obtivemos foi que, no ano de 2024, conseguimos diminuir em mais de 600 milhões de euros o défice alimentar de Portugal”, afirmou o ainda primeiro-ministro em declarações aos jornalistas, à margem de uma ação da AD – Coligação PSD/CDS na Ovibeja. Segundo indicou, o défice alimentar estava, em 2023, em cerca de cinco mil milhões de euros, e baixou, em 2024, para 4.400 milhões.
“Creio que ainda temos muita capacidade produtiva pela frente, qualidade e território por explorar”, salientou, prometendo, se for reeleito primeiro-ministro, continuar “a dar sequência ao modelo” adotado por este Governo. “E estamos convencidos de que ele cada vez vai produzir mais resultados”, prosseguiu.
O líder da AD apontou “a necessidade de rejuvenescer o setor”, de forma a “transformar os setores agroindustrial e agropecuário” para o país ter “uma capacidade que não se esgota apenas” no mercado interno, mas também aumentar a capacidade exportadora.
Questionado pelos jornalistas sobre qual o compromisso que assume com os eleitores desta região, Montenegro destacou, entre outros, que o hospital de Beja vai ser ampliado e a cidade integra o projeto para “ligar por autoestrada as capitais de distrito”.
Durante a visita à Ovibeja, o líder da AD cruzou-se com a candidata do ADN Joana Amaral Dias, que o interpelou sobre a velocidade a que a sua comitiva se deslocou até à cidade alentejana e se as viaturas eram ou não do Estado visto estar em campanha.
Noutro registo, insistiu que desde que foi eleito presidente do PSD, ainda antes de ser primeiro-ministro, não teve qualquer contacto com empresas que trabalharam com a Spinumviva. “Não é desde que eu sou primeiro-ministro. Desde que eu sou presidente do PSD que eu não tive nenhum contacto com nenhuma empresa, não trabalhei com ninguém, de nenhuma delas, nem destas, nem de nenhuma outra”, afiançou Luís Montenegro.
Perante as perguntas dos jornalistas sobre a Spinumviva, o presidente do PSD ainda deu estas explicações, mas garantiu que, daqui em diante, vai “tratar daquela” que é a sua “única empresa” e a que tem de “gerir, que é o país, é Portugal”.
“São as responsabilidades hoje enquanto primeiro-ministro, que ainda sou, embora não esteja aqui nesta qualidade, e a partir das próximas eleições com renovada legitimidade, se os portugueses assim entenderem, como é a minha expectativa”, afirmou o líder da AD, numa ação de pré-campanha no certame agropecuário alentejano.
Na quarta-feira, o “Expresso” noticiou que o primeiro-ministro entregou uma nova declaração à Entidade para a Transparência, referindo mais empresas com as quais a Spinumviva trabalhou e fê-lo na véspera do frente a frente com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
Hoje, o “Correio da Manhã” e a CNN Portugal referem que duas destas empresas, que já tinham relações com o Estado, conseguiram contratos de milhões de euros já durante o Governo liderado por Luís Montenegro.
Fotografia | Nuno Veiga/Lusa