Numa tomada de posição subscrita pela Direção da Organização Regional do Alentejo, o PCP defende que o investimento anunciado pelo Governo para o aumento de capacidade do aeroporto de Lisboa, até à construção do novo aeroporto em Alcochete, deveria ser mudado para Beja. Designadamente “na melhoria, qualificação e aumento de capacidade de receção de passageiros do Aeroporto de Beja, utilizando-se esta infraestrutura como um importante complemento” à Portela até à construção do novo aeroporto.
“Esta solução não só permitirá poupar vários milhões de euros ao Estado como garantirá que os investimentos feitos ficam para o futuro e não são destruídos com o encerramento do aeroporto Humberto Delgado”, refere o PCP.
Em declarações à Alentejo Ilustrado, José Pós-de-Mina, dirigente comunista no Baixo Alentejo, lembra que o país “está perante a necessidade de fazer investimentos significativos”, sendo altura de “optar por um recurso existente”, como é o aeroporto de Beja, “importante para a região e para o país” e que “tem condições e capacidade” para acolher passageiros.
“Beja pode servir numa fase transitória para dar resposta às necessidades [de ampliação da Portela] e isso passa pela sua integração de forma completa na rede aeroportuária nacional”, refere José Pós-de-Mina, acrescentando que “deve ser aproveitada esta oportunidade para a melhoria do conjunto de acessibilidades”, permitindo um “mais fácil e rápido acesso” ao aeroporto de Beja.
Em causa está a conclusão do IP8 “na sua totalidade”, entre Sines e Vila Verde de Ficalho, “com duas vias de trânsito em cada sentido e sem portagens”, bem como a conclusão do IP 2 e a eletrificação da Linha do Alentejo, entre Casa Branca e Funcheira, “incluindo a construção de uma variante ao aeroporto de Beja”.
Ainda de acordo com o PCP, a decisão do aproveitamento e valorização do aeroporto de Beja e os investimentos “não só não constituíram aumentos de custos para o Estado, se comparados com os custos e consequências de segurança, ambientais e de saúde pública do alargamento do aeroporto Humberto Delgado”, como iriam “garantir objetivos estratégicos” para a coesão territorial.
As vantagens desta opção, prossegue, incluem a garantia de uma ligação ferroviária rápida entre Lisboa e Beja, e daí ao Algarve, a valorização da Infraestruturas aeroportuária de Beja como “complementar” ao novo aeroporto de Lisboa e ao de Faro, e a “concretização, após décadas de injustiças e de promessas nunca cumpridas” da melhoria das acessibilidades ao Baixo Alentejo.
Fotografia: ©Correio Alentejo