Presidente da Câmara de Portalegre lamenta venda de igreja através de leilão

A presidente da Câmara de Portalegre lamenta que uma igreja e um antigo centro comunitário da cidade estejam envolvidos num lote de bens previsto ser vendido num leilão, após um processo de insolvência.

“Nunca gostamos de ouvir falar em Portalegre por coisas más, é sempre de lamentar, agora eu acho que a igreja não é vendável, é um equipamento ao serviço das populações do Bairro do Assentos e, na minha ótica, jamais poderá ter outra utilização além daquela que tem hoje”, defendeu a autarca Fermelinda Carvalho, depois de a leiloeira Leilosoc ter anunciado que se encontra em leilão eletrónico de insolvência o direito de superfície da Igreja de Santo António e do Centro Social e Comunitário de São Bartolomeu, em Portalegre.

A leiloeira explicou que as licitações vão decorrer até ao dia 08 de abril e que correspondem ao direito de superfície sobre dois edifícios destinados a serviços, avaliados em 441 mil euros, como valor base de venda, começando as licitações em 300 mil euros. “Os imóveis estão distribuídos por dois pisos e correspondem à Igreja de Santo António e ao Centro Comunitário dos Assentos”, lê-se no documento.

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O Centro Social e Comunitário de São Bartolomeu foi uma instituição particular de solidariedade social criada pela paróquia de São Lourenço. Em agosto de 2020, foi anunciado que cerca de 30 trabalhadores da instituição tinham sido despedidos na sequência de um processo de insolvência.

A presidente da câmara lamenta também que a instituição tenha mergulhado num processo de insolvência e que “não tenha sido possível, em tempo útil”, encontrar uma solução para pagar salários às pessoas que trabalharam naquele centro. “Lamento também que o processo não tenha sido resolvido sem chegar a este ponto, deste enxovalho que eu acho que é sempre muito mau”, diz Fermelinda Carvalho.

Assegurando que a Câmara de Portalegre “não vai intervir” neste processo, nem foi solicitada ajuda ao município nesse sentido, a autarca refere ainda que os responsáveis pela igreja lhe garantiram que o templo religioso “não deveria ter sido colocado neste processo” e que, segundo os mesmos responsáveis, “há um abuso da leiloeira” neste processo.

Na segunda-feira, contactado pela Lusa, o pároco João Maria, que na altura da insolvência administrava o Centro Social e Comunitário de São Bartolomeu, negou que o espaço da igreja esteja à venda, explicando que “apenas uma parte do edifício” está abrangido pelo leilão. Mas fonte da leiloeira garante que a igreja “faz parte do edifício que está com o direito de superfície”, uma vez que está inserida nos dois edifícios que estão a leilão.

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