A nomeação foi divulgada hoje pelo Organismo de Produção Artística (Opart), que revelou que Pedro Amaral foi escolhido por unanimidade entre 21 candidaturas elegíveis, sucedendo ao neerlandês Ivan van Kalmthout, que deixou o cargo em julho de 2024 após um ano de funções.
O júri, presidido por Conceição Amaral e composto por Rui Morais, Jorge Vaz de Carvalho, Isamay Benavente e Paolo Pinamonti, justificou a escolha pela “clareza e coerência da proposta programática, pela solidez da sua formação musical e pela relevante experiência artística”.
A candidatura do professor da Universidade de Évora destacou-se por colocar a missão de serviço público do Teatro Nacional de São Carlos no centro da ação, reforçando o seu papel de referência cultural a nível nacional e internacional. A proposta programática, apresentada em três fases — curto, médio e longo prazo —, dá ênfase à criação artística, ao repertório e património musical português, ao desenvolvimento do talento nacional e à criação contemporânea, com especial atenção à itinerância, à diversificação de públicos e à criação de redes e parcerias internacionais.
O júri destacou ainda “a abrangência da visão apresentada, o pensamento crítico e construtivo, bem como o profundo sentido de missão e entusiasmo revelado por Pedro Amaral perante os desafios do TNSC”.
Natural de 1972, Pedro Amaral iniciou os estudos musicais com Fernando Lopes-Graça, tendo-se formado na Escola Superior de Música de Lisboa e no Conservatório Nacional Superior de Paris, onde recebeu, em 1998, o 1.º Prémio em Composição, por unanimidade. Completou posteriormente o mestrado e o doutoramento em Musicologia Contemporânea na prestigiada Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris.
Autor das óperas O Sonho e Beaumarchais, apresentadas em Londres (2010) e Lisboa (2017), Pedro Amaral conjuga a sua atividade artística com a docência universitária na Universidade de Évora, instituição onde contribui para a formação de novas gerações de músicos e compositores.
O anúncio surge numa altura em que o edifício do TNSC, em Lisboa, se encontra encerrado para obras de requalificação ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência, com a reabertura prevista para 2026. Até lá, a programação decorre em regime de digressão por diferentes locais do país.