Projeto Casa atribui bolsa a mais dois projetos de criação artística

Os projetos de criação artística “Se não for tu”, de Era Rolim, e “Bright Horses”, de Carminda Soares e Maria R. Soares, são vencedores da terceira edição do Projeto Casa, uma iniciativa promovida por O Espaço do Tempo, Cineteatro Louletano e Centro Cultural Vila Flor. Francisco Alvarenga (texto) e Vanda (fotografia)

Trata-se de uma iniciativa que procura ser um estímulo à criação nas áreas da dança, do teatro e de cruzamentos disciplinares e um “contributo para o desenvolvimento sustentável do percurso de artistas”, nas referidas áreas. Cada apoio, no montante total de 25 mil euros, incluirá uma residência de cerca de sete semanas nas instalações de O Espaço do Tempo e uma residência de cerca duas semanas no local de estreia absoluta da obra.

Na área do teatro e cruzamentos disciplinares foi selecionado o projeto “Se não for tu”, de Era Rolim, uma proposta que aborda as implicações organizacionais, sociais e políticas do fazer da arte contemporânea, e que se destacou “pela sua singularidade poética e pela conjugação inventiva de diferentes meios, técnicas e disciplinas”. Estreará no âmbito dos Festivais Gil Vicente, no Centro Cultural Vila Flor, a 5 de junho de 2025. 

Pedagoga e licenciada em dança contemporânea, Era Rolim trabalha como diretora artística de projetos entre Lisboa e Berlim. Provocadora e criadora nos campos da dança, artes visuais, cinema e educação. A sua pesquisa envolve chamar o corpo para dar início às reflexões acerca de políticas que reconhecem a experiência como possibilidade estética, pedagógica e artística. 

Já no domínio da dança e cruzamentos disciplinares, foi selecionado o projeto “Bright Horses”, de Carminda Soares e Maria R. Soares (na fotografia), que se propõe “refletir criticamente sobre ideias de competição na sociedade capitalista actual”, através da criação de “três diálogos coreográficos entre irmãos gémeos que se posicionam em territórios que evocam disputa, agressão, luto, despedida, afeto e ilustram a complexidade das relações familiares como microcosmos de dinâmicas sociais mais amplas.” Irá estrear no Cineteatro Louletano, em setembro de 2025.

Trata-se de um projeto de Carminda Soares, artista multidisciplinar com trabalho nas áreas da dança, performance e escrita, e de Maria R. Soares, coreógrafa e performer, cujo trabalho é essencialmente focado na criação de dispositivos coreográficos fortemente conectados com novas sonoridades, dos quais destaca “Void Void Void”, em colaboração com Antonio Marotta, e “It’s a long yesterday”, em colaboração com Carminda Soares. Como intérprete colabora desde 2018 com diversos artistas e estruturas nacionais e internacionais. 

O júri foi constituído por Pedro Barreiro e Patrícia Carvalho (de O Espaço do Tempo),  Rui Torrinha e Marta Silva (em representação do Centro Cultural Vila Flor/A Oficina) e Paulo Silva e Dália Paulo (do Cineteatro Louletano).

Lançado em 2022, o Projeto Casa já apoiou a criação de quatro projetos de artistas em Portugal: “Um Quarto só para Si”, da associação cultural Silent Party, “Campo – Força – Chama”, de Josefa Pereira, “Volta para a Tua Terra”, de Keli Freitas e “Musseque”, de Fábio Januário, que terá a sua estreia absoluta no próximo dia 15 de novembro, Cineteatro Louletano.

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