Estremoz recebe hoje a segunda edição do festival de viticultura regenerativa

A Herdade das Servas, em Estremoz, recebe este sábado a segunda edição do Regenerative Wine Fest, um encontro que junta produtores, especialistas e consumidores em torno da viticultura regenerativa — um modelo agrícola que procura devolver vida aos solos, reduzir o uso de químicos e posicionar o vinho como aliado do clima, da saúde e da sustentabilidade.

O Regenerative Wine Fest está de regresso à Herdade das Servas, em Estremoz, para uma segunda edição dedicada à promoção da agricultura regenerativa na produção de vinho. O evento, que se realiza este sábado, propõe um dia de conversas, provas e experiências no terreno com o objetivo de aproximar produtores, especialistas e consumidores em torno de práticas agrícolas que valorizam os ecossistemas, devolvem vida ao solo e posicionam a viticultura como aliada do clima e da saúde pública.

Organizado pela Herdade das Servas, o festival pretende desmistificar os princípios da viticultura regenerativa e reforçar a sua importância como modelo sustentável. “Começou com um fórum técnico para partilha de boas práticas, mas percebemos que esta transição exige o envolvimento de toda a cadeia de valor”, explica Luís Serrano Mira, proprietário da herdade e anfitrião do evento.

O movimento, que teve início com oito produtores, já reúne 14 projetos vitivinícolas de diferentes regiões do país, unidos pela vontade de recuperar métodos agrícolas mais resilientes e regeneradores. “A viticultura regenerativa não é uma tendên- cia, é um caminho que escolhemos para garantir o futuro”, sublinha o responsável.

A programação do evento arranca às 10h00, com conversas moderadas pela atriz e ativista Joana Seixas. O primeiro painel será dedicado aos canais de distribuição e à democratização do acesso a produtos de origem regenerativa, com intervenções de Francisco Alves (Porcus Natura), Paulo Carvalho (Vivid Farms), Marta Cortegano (Associação Terra Sintrópica) e Filipa Silva (Quinta da Costa do Pinhão).

À tarde, o debate centra-se na comunicação ao consumidor, com a participação de Carlos Cupeto (Universidade de Évora), João Barroso (Vinhos do Alentejo), Tiago Sampaio (Folias de Baco) e Luís Constantino (Herdade dos Grous). O terceiro painel abordará a relação entre solos regenerados e saúde pública, reunindo Ana Luís (IPO), Bruno Silva (Pupa Vinhos), Ana Margarida Carvalho (Politécnico de Portalegre) e Paulo Coutinho (Douro).

Durante o dia, os visitantes poderão provar vinhos e produtos dos 14 produtores envolvidos: Herdade das Servas, Adega Mayor, Família Nicolau Wines, Paulo Coutinho, Quinta da Covela, Reynolds Wine Growers, Tapada de Coelheiros, Vale dos Ares, Herdade dos Grous, Folias de Baco, Monte da Raposinha, ODE Winery, Pupa Vinhos e Quinta da Costa do Pinhão.

As experiências gastronómicas estarão a cargo do chef Emanuel Rodriguez, do Legacy Winery Restaurant, com mo- mentos de prova ao almoço e um jantar vínico com ingredientes de origem regenerativa.

Para Luís Mira, a agricultura regenerativa responde a três desafios centrais: a dependência de químicos, a perda de densidade nutricional dos alimentos e a resistência dos solos às alterações climáticas. “Portugal é hoje um caso de estudo a nível mundial na área da viticultura regenerativa. Os resultados começam a ser visíveis e há um interesse crescente de produtores internacionais em conhecer o que está a ser feito no país”, afirma Renato Neves, diretor de Viticultura e Enologia da Herdade das Servas.

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