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Tita Maravilha e Festival Precárias: a performance conquista Montemor

Idealizado e concebido pela artista Tita Maravilha, aí está o Precárias II: Festival de Performance. Será já este sábado, dia 8, em Montemor-o-Novo, num evento acolhido por O Espaço do Tempo.

O festival abraça cinco cidades: Lisboa, Porto, Montemor-o-Novo, Viseu e Paris. Trata-se de um projeto de criação “intercultural e comunitário” com a assinatura de Tita Maravilha, autora, encenadora, performer e programadora, vencedora da 5.ª edição do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II. 

“O intuito não é a reflexão sobre as mazelas e, sim, potencializar e suportar, tanto politicamente como financeiramente, estas ‘corpas’ dentro da cena da arte performativa em Portugal e no mundo”, diz a autora, sublinhando que o Precárias, “focado em corpos-identidades”, como pessoas trans, queer ou racionalizadas, dedica-se “à criação de narrativas alternativas que potencializam a performance contemporânea, com modus operandi na alçada da precariedade destas histórias em transformação”.

“O festival”, acrescenta, “surge na força da resistência, mesmo em contextos tão adversos, e acontece, também, como celebração coletiva”, promovendo uma “reflexão maior sobre o mundo que nos cerca” e pretendendo “dinamizar e questionar o tecido cultural dos espaços onde se insere, através de uma programação diversa que dialoga com o público na pluralidade criativa das margens e na partilha do manifesto que reparte o gesto de gritar por nossas vidas”.

 Na sinopse, Tita Maravilha escreve que, nesta segunda edição do Precárias, “o olhar direto incide sobre novas linguagens, sobre a importância das histórias diversas, das novas formas de ver e de criar e, sobretudo, no seu lugar de fala”, tendo como objetivo “dar a conhecer um novo panorama de artistas dissidentes em Portugal, compartilhar as suas diásporas e criar um espaço seguro para repensar o futuro em conjunto”.

Já o nome do festival, esse, visa também expor a “precariedade sistemática”, utilizando-a “como motor criativo numa lógica pedagógica social”, sendo contada “por quem continua à espera de afirmação nas fronteiras da sociedade, trabalhando numa curadoria afetiva e com um olhar aguçado sobre as potências que não têm visibilidade e estrutura de apoio necessários para a execução de trabalhos íntegros”.

A programação em Montemor-o-Novo arranca às 15h00 na Sala Magina de O Espaço do Tempo com a exibição do filme “Pirenopolynda” (2023), realizado por Bruno Victor, Izzi Vitório e Tita Maravilha. O filme acompanha Tita Maravilha no regresso a memórias da Festa do Divino, realizadas há 200 anos em Pirenópolis (Goiás, Brasil), onde nasceu, e que aqui pretende “reconstruir e re-tradicionalizar com um viés afetivo decolonial”. Haverá duas sessões, ambas já esgotadas.

Mais tarde, para as 16h30, no Largo Machado dos Santos, está marcada a roda de conversa “Comida na Mesa, Consciência de Classe e Arte”, mediada por Rodrigo Ribeiro Saturnino, também conhecido por Rod, pesquisador e artista visual, doutorado em sociologia pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e cofundador do Coletivo Afrontosas.

Às 18h30, no mesmo local, haverá “Mesa Farta”, performance que celebra o encontro entre a comunidade de Montemor-o-Novo e o Precárias II. “Celebramos o convívio em volta de uma mesa farta. Coxinha, pastel de bacalhau e arte, regadas a vinho da casa”. Serão duas horas de convívio, comida na mesa e “musiquinha ao fundo”, onde quem quiser poderá contar uma história. “Quem gosta de miséria é intelectual. Pobre gosta é de luxo”. 

Para fechar a programação, a proposta é a performance “Stripteaser Gambiarra Dreams”, na Blackbox de O Espaço do Tempo, com a artista Acauã Shereya el Bandide, que se apresenta como “brasileira, culrégraphe, professora, artiste visuelle, jardineira, artisane, escritora et pós-pornographic”.

Fotografia: ©Alípio Padilha

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