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Utentes criticam problemas no acesso à saúde no litoral alentejano

Faltam médicos de família e enfermeiros, o acesso a consultas e cirurgias é demorado e há extensões de saúde a necessitar de obras, outras que permanecem encerradas. Razões não faltam para as queixas dos utentes dos serviços de saúde no litoral alentejano.

Fonte da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Odemira aponta a falta de profissionais como uma das razões de queixa na região. Pelas contas da Comissão, em todo o litoral alentejano há cerca de 25 mil utentes sem médico de família e faltam 100 enfermeiros, sendo que desde janeiro já saíram dez destes profissionais da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (Ulsla). 

Com a falta de médicos, os tempos de espera dispararam. Segundo os utentes, é preciso esperar mais de um ano para uma consulta de cirurgia ou para uma operação de urologia. As intervenções cirúrgicas em ginecologia obrigam a um período de espera de 300 dias, em média, enquanto para a ortopedia é necessário aguardar mais de meio ano.

“No ano em que se comemoram os 50 anos da Revolução de Abril e os 45 de criação do Serviço Nacional de Saúde, este setor está a passar um mau momento no concelho de Odemira”, refere Catarina Campos, da Comissão de Utentes, lamentando que a população “esteja confrontada com dificuldades de acesso” aos cuidados de saúde.

Entre os exemplos apontados inclui a promessa, que se arrasta há mais de 20 anos, de construção de uma nova extensão de saúde em Milfontes, pela qual os utentes “esperam e desesperam”, a inexistência de médico de família para cerca de três mil pessoas residentes na freguesia de São Teotónio ou o encerramento, há mais de 10 anos, da extensão de saúde de Luzianes-Gare: “para obter uma consulta, a população tem de se deslocar a Santa Clara-A-Velha”, obrigando a uma deslocação de quase 20 quilómetros. 

Ainda de acordo com Catarina Campos, as obras “há muito aguardadas” na extensão de saúde de Almograve foram prometidas em novembro do ano passado, mas “ainda não se iniciaram”. Além de que os balcões para teleconsulta, instalados em Bicos e Luzianes-Gare, apenas “agravam ainda mais a precariedade” do SNS pois “desvirtuam o princípio humanizante da medicina de proximidade, com consequências negativas para avaliações clínicas” e criam “uma solução de falsa segurança nas consultas médicas, pois muitos procedimentos clínicos são impossíveis de realizar” à distância.

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