VMER de Portalegre parada 482 horas desde janeiro por falta de tripulação

A viatura médica de emergência e reanimação de Portalegre esteve inoperacional 482 horas desde o início do ano, devido à falta de médicos e enfermeiros para completar a escala. No passado dia 12 de agosto, um doente em paragem cardiorrespiratória não foi atendido pois a VMER estava inoperacional.

A viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Portalegre esteve inoperacional 482 horas por falta de tripulação desde o início de 2025, confirmou ao jornal “Público” o presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Alentejo, Miguel Lopes.

O responsável adiantou ao jornal que estão em curso “negociações com os profissionais médicos com curso VMER da ULS Alto Alentejo e prestadores externos” para tentar assegurar a operacionalidade da viatura.

As VMER são meios diferenciados de emergência, integrados nos serviços de urgência polivalente e médico-cirúrgica, sendo da responsabilidade dos hospitais garantir as equipas constituídas por um médico e um enfermeiro.

A SIC Notícias noticiou que no passado dia 12 de agosto a VMER de Portalegre encontrava-se inoperacional quando, às 9h00, o INEM recebeu uma chamada relativa a um homem de 47 anos em paragem cardiorrespiratória, em Castelo de Vide. Os bombeiros foram acionados, realizaram manobras de suporte básico de vida e transportaram o doente para o hospital, onde foi declarado o óbito.

“Face à distância, mesmo no caso de termos a VMER operacional — que, confirmo, não estava àquela hora — nada nos garante que pudesse ter tido um desfecho diferente”, afirmou Miguel Lopes àquele canal televisivo.

O presidente da ULS explicou ainda que a viatura esteve inoperacional, entre as 8h00 e as 16h00 de terça-feira, por falta de médico, justificando a situação não só com a “disponibilidade dos profissionais para fazerem turnos”, como também pelas “licenças de maternidade [e de] férias”.

O problema da falta de recursos humanos não é novo. O “Público” recorda que em setembro de 2023, a Entidade Reguladora da Saúde alertou para as inúmeras horas de inoperacionalidade da VMER localizada no Alto Alentejo.

Na altura, o regulador analisava o caso de um bebé de seis dias que morreu em janeiro de 2022 e verificou que a VMER de Portalegre tinha estado inoperacional num total de 722 horas e 30 minutos entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2022, segundo informação prestada pela própria ULS.

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